Dom Manoel preside missa em Barra do Turvo
Na noite de sexta-feira, 19, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC, Bispo de Registro, presidiu Celebração Eucarística na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Barra do Turvo, por ocasião da Solenidade do Padroeiro. A missa foi concelebrada pelo pároco, Padre Arinildo Aparecido de Souza e contou com a participação de um número reduzido de fiéis, de acordo com as permissões sanitárias no município.
No início de sua homilia, Dom Manoel explicou que celebrar uma Solenidade na liturgia da Igreja, significa celebrar uma festa essencial para a caminhada de fé. “O que esta Solenidade do Sagrado Coração de Jesus quer nos ensinar?”, perguntou. “Aquilo que São João insistiu muitas vezes na Carta que ouvimos hoje: ‘Deus é amor’, isto é, Deus nos ama profundamente. Nós somos filhos e filhas muito amados de Deus. Se guardarmos isso e levarmos para nossa casa, já ganhamos a noite de hoje! Deus é amor, Deus não é castigo, Deus não sonda a gente para nos machucar, muito pelo contrário, Deus quer salvar a todos nós, porque Ele é amor”, afirmou.
Como tem feito nas diversas Paróquias que visitou nesse período, o Bispo, a partir da espiritualidade que envolve a festa do Padroeiro, procurou dar sentido ao período de pandemia vivido: “Deus não quer castigar ninguém, não podemos dizer que essa pandemia é castigo de Deus. Não é! Deus permite a pandemia, porque nós destruímos a natureza, destruímos outras coisas, usamos agrotóxicos, e própria natureza reage para se reorganizar. Por isso, Deus permite que isso aconteça. E permite para que a gente aprenda a viver melhor depois da pandemia, fazendo um caminho melhor”, destacou.
Segundo o Prelado, o tema central da Liturgia da Palavra proposta para a Solenidade é o amor de Deus. “Sabemos isso através de Jesus que nos mostrou, claramente, que Deus é amor. Como? Porque Ele nos amou, vindo morar no meio de nós, ajudando-nos a encontrar o caminho de Deus, sendo capaz de dar a sua vida inteira para salvar a humanidade, tendo sempre um coração misericordioso, aberto, disposto a salvar a todos nós”.
O Bispo recordou, também, que o testemunho público de Jesus foi fundamental para que conhecêssemos o amor de Deus: “o seu jeito de ser com os pobres, doentes, pecadores, era misericordioso! Por isso, esse Coração de Jesus, que ao longo de toda vida quis salvar a humanidade, quis salvar cada pessoa e salvar cada pessoa é salvar uma humanidade naquela pessoa, se doou completamente e foi parar lá na Cruz, se entregou por nós. Tudo o que tinha naquele Coração, foi jorrado por nós, tudo derramado para nos salvar. Uma entrega de amor total”.
“Nesse Coração de Jesus aberto, olhando pelas frestas, conseguimos conhecer o coração de Deus, que é amor. Por isso, a representação do Coração de Jesus nunca é para dentro, se olharmos para a imagem, é um coração sempre para fora, que sabe o que fez e porque se doou por nós. Hoje o Evangelho disse isso: vinde a mim, vós que estais cansados, sobrecarregados com o peso do Covid-19, aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração. Jesus carrega os nossos fardos”, disse Dom Manoel.
Aos paroquianos de Barra do Turvo, Dom Manoel exortou que “nesta Paróquia, há uma missão bonita dentro de nossa Diocese e de toda Igreja: ser o Coração de Jesus, ser o coração de Deus, para todas as pessoas. Aqui devemos encontrar pessoas misericordiosas, amorosas, capazes de se doar em favor dos outros, em especial daqueles que mais sofrem, que mais passam por dificuldades. É preciso que sejamos o Coração de Jesus para os nossos irmãos”, concluiu.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é muito antiga, encontrando inclusive fundamentos nos textos escritos pelos Padres da Igreja, nos primeiros séculos do Cristianismo. Contudo, a devoção ganhou grande impulso e difusão a partir das visões de Santa Margarida Maria Alacoque, no século XVII.
Segundo relatos da religiosa, durante dois anos, nas primeiras sextas-feiras do mês, ela recebia visões de Jesus. Porém, em 1675, na oitava da Festa de Corpus Christi, enquanto rezava na capela, viu sair pela porta do sacrário uma espécie de vapor, que foi se materializando na figura de um homem. Esse homem se aproximou da santa e abrindo sua túnica, mostrou-lhe o coração, fora do corpo, ferido e em chamas. O grande difusor das visões e escritos de Santa Margarida Maria, que nunca deixou a clausura do mosteiro onde viveu na região da Borgonha, na França, foi seu confessor São Claude de la Colombière.
Por: Rubens da Cruz