Palavra do Pastor Mês vocacional – vocação para o amor
Querido irmão (a) internauta,
Acho que não estou enganado quando penso e afirmo que a vocação é o maior bem que podemos possuir. Pois, tendo este bem e podendo vivê-lo plenamente alcançaremos o mais alto grau da felicidade e de realização pessoal.
Creio que muita gente vive frustrada por falta de encontrar a sua verdadeira vocação ou por impossibilidade de vivê-la. Porém, vocação não é algo pronto e fechado, é algo que vamos a cada dia tornando realidade em nossa vida. Ela necessita de cultivo e de contato com Aquele que nos chama a viver a santidade.
Quando falamos em vocação, logo compreendemos que falamos de uma voz misteriosa que grita dentro e no mais profundo de cada pessoa humana e que indica o caminho para a verdadeira realização. Para encontrarmos a nossa verdadeira vocação é preciso, em primeiro lugar, buscar um autoconhecimento, que na maioria das vezes só encontramos no silêncio e na oração. Creio que sempre Deus nos fala, mas nem sempre conseguimos ouvi-lo e entendê-lo.
O mundo atual está marcado por tanto barulho, tanta poluição sonora e visual, que vai impedindo de ouvirmos a voz suave e amorosa de Deus dentro de nós. Deus sempre chama por amor.
A vocação é a maneira mais carinhosa que Deus encontra para nos fazer felizes, realizados e santos. Pois, no centro de toda vocação, está o convite para amar e ser amado, a ponto de Santa Terezinha dizer: “a minha vocação é o amor”.
Creio que em todas as vocações temos possibilidade de amar, mas só na nossa vocação, poderemos ser mais livres e felizes para amar mais e servir com maior qualidade.
Nenhuma vocação acontece sem um discernimento verdadeiro. Entendo que discernir é chegar ao cerne. Ou se quisermos, chegar ao mais profundo, tirando as cascas, daquilo que é superficial, secundário, não essencial. É como uma árvore de madeira boa. Quando vai ficando velha, as cascas vão saindo e só fica a essência, o seu cerne. Ali está o essêncial da madeira que nunca se acaba.
Depois de discernir é necessário tomar uma decisão. Fazer um corte (cisão) e tomar novas posturas no caminho de Deus. Lembro que toda cisão, ou corte, acaba doendo e ferindo. Porém, este corte é saudável para um verdadeiro crescimento. Lembro-me na infância, quando nas comunidades rurais ou fazendas, via pessoas sábias da roça fazendo uma cisão nos cavalos de raça para que eles sagrassem um pouco e se tornassem mais saudáveis. Na época não entendia como podia cortar para fortalecer. Assim também acontece com a poda das plantas. No momento certo é necessário fazer as podas para fortalecer a espécie. Hoje entendo que para que alguém se encontre como pessoa humana saudável tem que sempre tomar as decisões ao longo da vida, fazer os cortes e podas e não deixar que outro tome decisão em seu lugar.
No mês vocacional somos chamados a intensificar a escuta do chamado de Deus para nós. Foi Cristo que nos chamou e escolheu para produzir frutos e que esses frutos permaneçam.
Respondamos com amor ao chamado amoroso de Deus para a vida e missão.
Dom Manoel Ferreira dos Santos Junior, MSC
Bispo Diocesano de Registro.