“João Batista, para preparar o caminho do Senhor, quis estar comprometido com a justiça de Deus”, afirma Dom Manoel
Na quarta-feira, 24, dia em que se comemorou a Solenidade da Natividade de São João Batista, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC, presidiu a Eucaristia nas paróquias da Diocese de Registro, que tem o santo por padroeiro. Na parte da manhã, esteva na Paróquia São João Batista de Cananéia e concelebrou junto ao Padre Jorge Corsini, Pároco e Coordenador Diocesano de Pastoral e do Padre Brasílio Alves de Assis, Vigário Paroquial. À tarde, foi a vez da Paróquia São João Batista acolher o Bispo, que presidiu a Eucaristia juntamente com o Padre Roberto Luís da Silva, Pároco e Vigário Geral da Diocese.
Ao iniciar sua reflexão, o Prelado recordou que o dia 24 de junho é muito especial para a Igreja, uma vez que “celebramos uma graça especial de Deus, que no seu infinito amor, na sua infinita bondade, quis nos enviar Jesus Cristo, para nos salvar. Para enviar Jesus Cristo, Deus quis preparar muito bem este caminho, a chegada do Salvador. A chegada do Salvador foi preparada por um homem muito santo, cuja festa celebramos hoje: São João Batista”.
O Bispo enfatizou que para atingir o coração dos homens, Deus costuma usar de graças especiais: “para que São João Batista chegasse até nós, foi preciso uma graça especial de Deus. Zacarias e Isabel eram idosos, ela era estéril, já não tinha mais esperança e de repente, Deus na sua bondade, fez com que nascesse João Batista”.
Aos presentes, em número reduzido e aos que acompanhavam as celebrações através das mídias sociais, Dom Manoel questionou: “Por que a insistência para que o nome do menino seu fosse João?”. E continuou: “Zacarias escreveu ‘João é o seu nome’. Na Bíblia, na história do Povo de Deus, cada nome tem o seu significado, a sua missão. João significa ‘Deus é misericórdia’. E Deus foi misericórdia e é misericórdia na preparação do caminho do Senhor. Misericórdia que acontece em Isabel e Zacarias, que foram ‘misericordiados’ por Deus, já que não podendo ter filhos, geraram João Batista. Jesus vem como Deus que salva, sendo anunciado anteriormente por João, que é misericórdia”.
Destacando a importância de São João Batista no plano divino da salvação, o Bispo de Registro trouxe pontos da vida e do testemunho do santo que merecem destaque, sobretudo pela imitação dos seus devotos. “O próprio Jesus Cristo fez um elogio imenso a João Batista dizendo que ‘entre os nascidos de mulher, este é o maior’. João Batista foi o único, conforme ouviremos no prefácio de hoje, que ‘apontou o Cordeiro de Deus’: ‘Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’. João Batista foi aquele que batizou Jesus, ‘o autor do Batismo’. João Batista foi aquele que logo no início, ainda no ventre de sua mãe, já percebeu a salvação e a presença do Salvador. João Batista deu a vida por Cristo, sendo o último dos profetas do Antigo Testamento e o primeiro profeta do Novo Testamento. Vejam que homem importante, para a história da salvação”.
Diante de toda grandiosidade de João Batista, Dom Manoel destaca como exemplo mais importante a humildade que manifestou diante da presença de Jesus: “ele apontava para Jesus, ao mesmo tempo que se curvava diante Dele. Jesus passa e o Precursor manda que seus discípulos o deixem e passem a seguir o Senhor, ele queria apenas ser uma seta que indica a direção. João Batista, para preparar o caminho do Senhor, quis estar comprometido com a justiça de Deus, com os mais pobres, com aqueles que mais sofrem e é isso que vocês rezaram ao longo das celebrações de preparação para a festa. Diante daqueles que estão caídos, sofrendo, marginalizados, João Batista diz aos soldados para agirem com justiça: quem tem duas túnicas, reparta com aqueles que não tem, partilhem o que vocês têm, para com os mais pobres, os mais simples”, recordou.
Partindo da espiritualidade que o testemunho de João Batista desperta na humanidade, o Prelado trouxe uma mensagem para os tempos de pandemia: “hoje, vivemos um tempo difícil de pandemia, todo mundo com muito medo, muitas vezes, não sabemos como chegar perto das pessoas, não sabemos se abraçamos, se estendemos a mão ou se mantemos a distância. Ao mesmo tempo, tem se criado em nossas comunidades, laços profundos de solidariedade, de amor às pessoas, de amor aos mais pobres, de solidariedade com os idosos, com aqueles que estão em situação de risco”.
Às duas Paróquias de São João Batista, o Bispo convidou a ser “Paróquia solidária, sobretudo com os mais pobres, seguindo esse mandato do santo: quem tem duas túnicas, reparta com aqueles que não tem, quem tem alimentos sobrando, ou mesmo que não esteja sobrando, reparta com aqueles que não tem nada. Desta forma, estaremos de acordo com a espiritualidade do Padroeiro, vivendo segundo a vontade de Deus e nos santificando”.
Dom Manoel concluiu sua homilia, com prece: “que Deus, através de nosso querido padroeiro, São João Batista nos ajude a vencer esse momento tão difícil que estamos vivendo e que esta cidade, seja sinal das graças e bênçãos de Deus para todas as pessoas. Que tenhamos a saúde do corpo para seguirmos a nossa vida, mas que também tenhamos a saúde da alma, para sermos solidários e mais santos segundo mandato de Deus”, terminou.
Por: Rubens da Cruz