
“In Verbo Tuo”
✰ 28 de dezembro de 1931 – ✞ 29 de maio de 2004
– Foi ordenado padre em 3 de agosto de 1958;
-Nomeado por S. Paulo VI como Bispo da Diocese de Registro em 13 de dezembro de 1974, enquanto pároco na Basílica Senhor Bom Jesus de Iguape;
– Sagrado Bispo por Dom David Picão em 16 de fevereiro de 1975;
– Nomeado por S. João Paulo II como Bispo da Diocese de Roraima em 26 de junho de 1996;
– Faleceu em Roraima, em 29 de maio de 2004. Sepultado na Catedral São Francisco Xavier, Registro.
Foi ordenado em 16 de fevereiro de 1974 e no mesmo dia, foi empossado como primeiro Bispo da então recém-criada Diocese de Registro. Ele havia sido ordenado Padre em São Paulo, em 3 de agosto de 1958, e foi Vigário de Iguape.
Com a ajuda de poucos Padres e algumas Religiosas, Dom Apparecido foi dando vida à Diocese, usando como estratégia pastoral os mutirões e as batidas, como chamavam à época, em cada município e nas comunidades.
“Ele constatou a vida difícil do povo,
marcado pelo abandono e pela extrema pobreza”.
Dono de uma visão cristã e sensibilidade social aguçada, Dom Apparecido fortaleceu a presença da Igreja na vida do povo atingido por enchentes do Rio Ribeira, na defesa dos sitiantes, pequenos produtores e na atenção aos Pescadores, Indígenas e Quilombolas.
Dom Apparecido começou a atuar na região no período em que os militares ocupavam o poder político e seu trabalho chamou a atenção da polícia Política. Em fevereiro de 1982, agentes do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) anotaram em seus prontuários que Dom Apparecido havia coordenado comitiva, composta por 14 padres, que esteve na Praça do Una, região do Rio Verde, onde instalaram em um antigo cemitério uma placa em sinal de protesto contra a instalação de usinas nucleares na Estação Ecológica da Jureia.
A grande cheia do Rio, em 1987, penalizou centenas de famílias rurais e na periferia de Registro. Dom Apparecido propôs, à época, o projeto denominado “Vila dos Padres”, na Vila São Francisco, em que a Igreja doou pequenos lotes e ajuda com material de
construção para 28 famílias que havia perdido suas casas. Sob liderança de Dom Apparecido, a Diocese de Registro contratou um advogado para solucionar conflitos pela posse da terra em áreas rurais. O projeto em defesa do homem do campo teve como
resultado a realização de Romarias da Terra, que trouxe à região a maioria dos bispos em atuação no Estado de São Paulo, amplificando a voz do campo e a situação dos posseiros.
Em defesa da vida do povo, das terras, do meio ambiente, da cultura e da história surgiu o Movimento dos Ameaçados por Barragens no Vale do Ribeira (MOAB), que comemorou recentemente 25 anos de existência. A história de luta contra a barragem é contara no livro A saga de um povo, de autoria de Maria Aparecida Mendes.
Em 1996, Dom Apparecido foi chamado pela Igreja do Brasil a assumir, em Roraima, a única Diocese existente naquele estado. Como presidente da Comissão Missionária Indigenista (CIMI), da CNBB, Dom Apparecido defendeu, lutou e acompanhou as diversas etnias indígenas da região amazônica. Enfrentou um longo conflito na Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, sofreu humilhações e perseguições. Foram oito anos de um intenso trabalho junto aos indígenas, em nome da Igreja, pela CNBB. Tudo na grande opção de vida de viver e agir nos ensinamentos de Jesus Cristo. Um mártir à serviço da vida dos indígenas.